5 de setembro de 2010

Agora olho pro céu...

Uma semana... O tempo mais longo que passei sem ter você por perto, ali, do outro lado da minha parede. É certo que entre esses dias eu te vi uma ou duas vezes ou até cheguei a conversar com você, embora muito pouco. Mas nada tão proveitoso, cheio daquela intensidade que eu sempre via brilhar ao nosso redor, mesmo que você não o visse.
Tenho saudade daquele tempo. E como era bom! Uma parte tão boa dos meus antigos dias, em que ficávamos ali, sem fazer nada, ouvindo o barulho dos carros e das pessoas que passavam, no silêncio da noite, naquele lugar que era só nosso e de todos. Sempre sorrindo ou de cara fechada, conversando ou até mesmo tão calados, como namorados ou como amigos somente...  E como era bom!
Uma estrela cadente. Uma vez eu vi uma dessas cair no céu da minha rua, no céu das nossas risadas, tão linda e tão mágica. Fiz um pedido rapidamente, não pensei duas vezes, e esperei para ver o seu pouso lento, no canto qualquer entre a madrugada. Rápida, mas cheia de luz e encantamento, assim como os momentos em que eu te tive comigo. Nessa hora eu quis apanhá-la e levá-la comigo, mas eu não a encontrei. Talvez eu te desse de presente, mas e se você não a quisesse?... Talvez eu a colocasse no meu armário ou até tentasse devolvê-la ao céu. Estaria ele sentindo falta da sua companhia? Queria ter dividido essa felicidade com você, afinal você estava lá, mas não queria parecer uma boba por acreditar em pedidos feitos a estrelas cadentes...
 E só por curiosidade, aonde foi parar o meu pedido? Agora olho pro céu, mas não sei por onde começar a procurar.
Duas semanas: o tempo mais que necessário para deixar cheio de lembrança a minha saudade que insiste em querer te ver. E lembro-me de todos os mínimos detalhes que, quando juntos, colados um a um, lado a lado, se tornam na maior das sensações que eu fui capaz de sentir.
Eu podia vigiar os seus passos, controlar os seus atos... O binóculo da minha curiosidade era capaz de enxergar o menor dos segredos escondidos e provar que era verdade tudo aquilo que eu suspeitava ver. E tudo o que eu mais queria era cuidar de você... E tudo o que eu queria era que cuidasse de mim também!
Assim, por várias noites cuidei do seu sono de longe, da minha casa, para que nada saísse do meu controle, mas sempre eu me desencontrava do seu caminho. E perdia o sono por apenas imaginar que você pudesse estar fazendo a coisa errada... Ficava chateada por pensar e saber que você estava com ela...


Ficava triste por não saber como te contar. Era assim, mas eu sempre estive aqui, aonde você não pensava em olhar, do outro lado da sua parede. Qualquer coisa era só me chamar que eu iria tentar resolver seu problema, não importa qual fosse. Mas você nunca chamou por mim, nunca precisou dos meus cuidados... Nunca quis. Que cabeça dura a sua hein?
            Mas esse tempo passou e ainda bem que eu aproveitei esse tempo, porque agora, eu estaria arrependida querendo que o tempo voltasse para que eu pudesse fazer aquilo que um dia eu deixei passar. Agora, estaria me lamentando por algo que não tive ao invés de apenas sentir saudade.
Por isso que sinto falta do seu diálogo calmo e curto, mas cheio de brincadeira; dos seus olhinhos pequenininhos tão cheios de ternura, os únicos responsáveis pela minha falta de ar quando olhava profundamente e sem querer em meus olhos. Falta da sua companhia, do seu bom-humor, da sua paciência comigo, do seu carinho por mim. Sinto falta, simplesmente, de você!
E o que nós somos finalmente? Amigos, irmãos, vizinhos, colegas? Será que você é o meu filho? Ah! Isso eu não sei, mas como eu gostaria de saber.
E Assim como o dia anoitece, o seu jeito que eu amava se foi... Os nossos beijos e tudo o que eu insistia em te falar foram com ele. Só ficou comigo aquele sonho que você conhece, que é meu, só meu, embora o tenham tentado tirar de mim.
As horas vão continuar passando, mais uma vez.  As semanas também, até que elas completem um mês, até que se tornem um ano, até que se façam dez anos... O tempo vai passar até que eu não sinta mais falta das suas palavras, do seu olhar, da sua companhia, do seu bom-humor, da sua paciência, do seu carinho... Até que seu jeito que eu tanto amo, os nossos beijos e tudo o que eu insistia em te falar não façam mais parte daquele meu sonho inacabável, que você conhece.
Mas eu sinto falta de algo meu, que deve ser muito importante pra mim. Acho que deixei alguma coisa com você, só não sei o que é. Serão todas as cartas que eu escrevi pra você que levaram nelas um pouco do que eu sou? Serão das minhas palavras preferidas que eu falava e que você dizia adorar ouvir que eu sinto falta? Ou ainda maior, será que você levou algum pedaço do meu coração e esqueceu-se de me entregar? Se ficou, peço que me devolva, porque está difícil de me sentir completa sem ele, de ser que eu sempre fui até te conhecer. Não faria nenhuma questão de te dar, desde que me desse pelo menos uma migalhinha do seu em troca. Uma migalhinha que eu poderia transformar em algo muito maior. Só bastava você acreditar em mim! 
     Créditos:Evelin Regina 

Éeeh quem nunca sofreu por amor?Quem nunca sentiu um misto de emoções?:/

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